ESPECIAL DE NATAL: QUERIDO PAPAI NOEL, MATE PARA MIM!

VÁRIOS ANOS ATRÁS…

Bate o sino, pequenino, sino de Belém… Músicas natalinas tocam em sons de carros. Animação na rua, várias pessoas alegres passando de um lado para o outro. Brindes e felicitações.
…
Enquanto tudo isso ocorria nas ruas da cidade de PORTO ALEGRE, a energia natalina na casa de Guilherme era hostil.
…
Em seu quarto, o pequeno Leandro está escrevendo uma carta para o Papai Noel. Ele está sério e lagrimas percorrem seu rosto. Com uma caneta com tinta vermelha, ele continua atento na cartinha. Em algum momento, ele escreve: “Querido Papai Noel, fui um bom menino este ano. Gostaria de um presente. Sei que não é um dos melhores, mas preciso muito. Por Favor, mate meu pai. Leve-o para o abismo escuro, longe de mim e da minha mãe. Mais uma vez te peço. Me ajude!”. Uma lagrima cai no papel, borrando o verso “mate meu pai”, formando uma poça de ‘sangue’.
…
No outro cômodo, Guilherme e Beatriz estão discutindo. Mais uma noite, que o marido e pai de Leandro chega bêbado em casa.
…
— Sua vacabunda desgraçada! Você só faz merda. Esse arroz tá queimado!
— Chega, Guilherme! Estou farta! A partir de hoje, você não encosta nenhum dedo em mim e muito menos em meu filho. Morra com sua cachaça e me deixe em paz.
Ele agarra seu braço e aperta com muita força.
— Está me desafiando, sua puta? (aproxima seu rosto no dela) Tá com algum macho te esperando? Tu não sais daqui. Só sai morta! (grita)
Ele dá um tapa no rosto de Beatriz, ela vira o rosto e segura o choro com uma expressão rígida. Ela olha para o lado e vê Leandro observando seu pai maltratá-la. Ela tenta fazer sinal para ele voltar ao quarto, mas Guilherme o vê.
— E esse pestinha, tá olhando o que?
Ele se aproxima de Leandro com o punho fechado.
…
Beatriz entra na frente do garoto.
— Chega! Chega Guilherme! (prantos)
— O Natal fez essa cadela ficar afrontosa. Mas vou tirar sua marra é agora!
Ele a segura pelos cabelos e dá um soco em seu rosto. Ela cai e bate a cabeça na quina. O sangue jorra e se espalha pelo chão.
— Não! Mamãe! Mamãe!
Guilherme soca Leandro, que desmaia.
…

ANOS SE PASSAM…

ALGUNS DIAS ANTES DO NATAL
LOJA DE FANTASIAS
Mulher desconhecida — Vai alegrar a criançada neste Natal, rapaz?
Leandro — É, este Natal vai ficar marcado. Vou acabar com o sofrimento de muitas crianças.
Mulher desconhecida — Aproveite o Natal. Passar bem.
Leandro — Com certeza vou aproveitar o Natal.
Véspera de Natal
A televisão está ligada na Sala e Leandro prepara seu almoço. Ele ouve sobre desaparecimento de alguns moradores da cidade de Porto Alegre. Ele se aproxima e se senta no sofá.
Som da TV — De acordo com a polícia, são cerca de 4 pessoas que desapareceram na última semana. Entre eles, um grande empresário local de bebida alcoólica. As autoridades pedem aos moradores cautela ao comemorar o Natal.

Leandro morde uma maçã e ri maliciosamente.

Horas se passam. Leandro se aproxima de um galpão abandonado. Ele está vestido de Papai Noel. Ele entre e está escuro, mas logo acende a luz naquele lugar velho e sujo. Ele olha para todos que estão amarrados em cadeiras de metal, chumbada no chão. As vítimas se assustam com sua chegada e se remexem, mas o esforço é inútil.
— Calma, minhas criancinhas levadas… (ri) Já são quase hora de abrir os presentes…
Leandro começa tirando alguns objetos da caixa que está posicionada ao seu lado esquerdo e põe eles no balcão ao lado direito.
— Quem quer uma machadinha? (ri)
Ele mostra o balcão para os cinco presentes. Machado, Facão, Alicate, Tesoura, Agulha, Serra, Acido, são alguns deles.

Naquele momento, o relógio em seu braço desperta.

— Ho-Ho-Ho! Chegou a hora! Quem vai receber o primeiro presente é Augusto Delmonte. Um sucesso de homem, mas um fracasso de pessoa. Eu sei o que você fez no verão passado. A propósito, eu sei o que todos vocês fizeram…

AUGUSTO DELMONTE

Augusto curte a música eletrônica que toca em uma balada em Porto Alegre. Após dançar um pouco, ele vai até o bar e se senta no balcão, pedindo duas bebidas. Ele direciona para uma moça ao seu lado e oferece a bebida.

— Boa noite? Te achei uma das mais belas aqui. Está acompanhada?

— Obrigada. Estou com minhas amigas, mas parecem que elas já me abandonaram aqui.

— Posso lhe oferecer uma bebida? Uma jovem como você não pode ficar sozinha. Você é daqui mesmo?

Os dois começam a conversar, mas a jovem adulta começa a ficar tonta. Ele a segura e leva para pista de dança, onde vários estão dançando. Aos poucos, ele vai a guiando para fora da balada. Seu carro próximo dali e logo eles chegam.

— O… que… houve…? Cadê as minhas ami…

Ela desmaia. Ele sorrir maliciosamente e segura os seios da mulher desacordada.

— Você vai ficar bem, querida.
Tudo escurece, mas o barulho de movimentos sexuais violentos permanece.
…
Leandro se aproxima dele.

— Sua vidinha de abusador de mulheres acaba aqui. Este é o seu presente.

Naquele momento, Leandro pega o alicate e uma tesoura e se aproxima lentamente de Augusto. Logo, Leandra arranca a fita adesiva da boca do prisioneiro. Augusto começa a gritar, pedindo misericórdia.

— Pegou o cara errado. Eu tenho família, eu nunca abusei de ninguém. Deixe-me ir, não contarei nada.

Leandro joga algumas fotos de atos criminosos no colo do abusador.

— Eu nunca erro. Não foi tão difícil, só te segui em algumas baladas… Ah proposito, pode gritar, é minha música favorita de Natal. (ri alto, imitando o papai Noel)

Todos entreolham e se desesperam vendo Leandro baixar a calça de Augusto e com a tesoura, cortar o pênis dele, o sangue escorre rapidamente pela cadeira, chegando no chão. Augusto grita até perder o fôlego. Leandro com alicate nas mãos, estoura aos testículos daquele prisioneiro que perde os sentidos.

— Ho-Ho-Ho! Já? Esperava mais de você, Augusto.

Todos estão agitados, tentando se soltar. Alguns deles, estão mijados.

— Quem quer ser o próximo? Garanto que o presentinho vai ser muito melhor…para mim! (ri)

Ele olha para outro prisioneiro.

— Sua vez, Filip Almeida…

FILIP ALMEIDA

Filip Almeida chega em casa furioso. Sua esposa cai no choro.

— Onde você pensa que está indo? Sua puta! A operadora do cartão me ligou avisando a compra das passagens. Tá querendo fugir? Pois, eu já disse que você só sai dessa casa, no caixão.

— Não aguento mais, Filip. Estou vivendo um inferno, você toma suas cervejas e quer descontar toda sua raiva em mim. Não tem mais lugar no meu corpo que já não tenha ficado roxo. Você é um alcoólico descontrolado, não aguento mais. Me deixe ir, por favor…

Ela se joga de joelho e pede que ele a deixe ir. Filip olha com frieza de se levanta, segurando-a pelo pescoço.

— Desfaça agora suas malas! Você é minha, não vai sair daqui, nunca.

Ele a sufoca… Ela fica sem ar, mas ele solta.

— Eu te acho aonde quer que você vá. Então, não me aborreça mais. Seja submissa e me obedeça que nada vai acontecer com você. Eu te amo, muito. Saiba disso!

No galpão, Leandro chega pertinho de Filip.

— Este ano, você foi bastante levado. Sua esposa foi 3 vezes para emergência. Como ela cai tanto assim? Ah, Filipe, você nem imagina o quanto eu, O Papai Noel da vingança odeio homens valentes que se acham donos das namoradas, esposas… Valentes até aparecer alguém para confrontar. E não é que apareceu mesmo. Logo o Papai Noel (ri).

Filip está desesperado.

— Socorro! Alguém! Ajuda!

— Infelizmente, ninguém vai te ajudar. Igualmente como ninguém ajudou sua esposa.

Leandro pega a serra.

— Essas mãozinhas gostam muito de bater né? O que acontece se ela sumir? Não há como bater em ninguém!

Leandro começa a cortar as mãos de Filip com a serra. O grito ecoa para todos os lados do galpão. Não há mais esperanças para ninguém que restam sentados ali. Todos sabem que há motivos para estarem ali. Leandro tem as provas das acusações todas as mostram em um painel em frente deles. Nenhum é inocente.

Enquanto, Augusto e Filip sangram até a morte, Leandro escolhe mais um para expor seus atos maldosos.

— É, não adianta se esforçar tanto. Tá todo suado, quer um lencinho? (ri) Sua vez, Jonas Barroso. Seu crime foi ser tão ganancioso que assassinou seu melhor amigo para conquistar uma fortuna. Mas doque adiantou tanto dinheiro, que você parou bem nas minhas mãos, né? Você foi muito inteligente, dando aqueles remédios escondidos para ele. Quase um crime perfeito, mas deixou provas rasteáveis. Tenho a confissão do seu fornecedor, imagens de vídeo e as frequentes bebidas que você levava para seu amigo no escritório… Quase conseguiu. Agora como o feitiço vira contra o feiticeiro, você vai engolir esses remedinhos…

— Por favor (soluça) Por favor, não me mate! Socorro! (grito desesperados)

Leandro coloca luvas nas mãos e pega uns venenos de rato e põe na boca de Jonas. Ele começa a espumar e seus olhos ficam vermelho de sangue, aos poucos, a espuma que expeli de sua boca fica rosada até o tom mais escuro de sangue. Jonas se remexe todo e morre ali. O último sobrevivente ali está pálido e cansado.

— Quem diria, Papai… Que após tanto tempo a gente se veria novamente… O famoso Otavio Vilecia, ou melhor dizendo Guilherme, assassino de Beatriz. Você me abandonou, fugiu e ainda se deu bem na vida? Pois sua sorte acaba agora.

— Filho… filho… me perdoe! Aquela vida não me pertence mais… Por favor… (chora).

Enquanto seu pai, Guilherme pede socorro, Leandro fica rígido, cantarolando músicas natalinas…

— Chega! Sua reza não vai me fazer mudar de opinião. Planejei tudo isso… Fiz contatos e descobrir que o meu pai, até então, dado como morto, estava ficando rico. Não sei se é irônico ou piada, mas o alcoólatra virou empresário de empresa de bebida e ainda fez sucesso.

— Larguei a bebida, me arrependo. Surtei, mas não queria matá-la. Por favor.

— Seu presentinho tá prontinho… Pedi para o Papai Noel que você morresse, mas quem morreu foi minha mãe… Por isso, nunca vou decepcionar uma alma no Natal…

Leandro pega um bisturi.

— Você arrancou meu coração, nada mais justo que eu tirar o seu!

Ele vai cortando, enquanto Guilherme grita de dor.

— Adeus, Papai! (tom irônico).

Dias depois…

Após nenhum corpo ser encontrado, a polícia faz uma coletiva de imprensa para acalmar a população.
Leandro aparece e sobe no púlpito. Ele está fardado e fala com o público presente.

— A polícia está trabalhando para encontrar todos vivos e prender quem quer que seja o sequestrador. Não cansarei até encontrá-los e fazer cumprir a lei.

Leandro dá um sorrisinho maligno.

Em casa, Leandro abre seu perfil na DEEP WEB. E lê em voz alta alguns agradecimentos.

— Obrigado Papai Noel! É tão libertador sair a noite e não ter medo que aquele infeliz vai me estuprar novamente. Me sinto livre novamente.
— O assassino do meu pai pagou! Sei que não vai trazer meu pai de volta, mas minha vingança foi feita. Agora meus sonhos estarão mais tranquilos, vendo que o dinheiro do meu pai não está mais nas mãos de um assassino cruel.
— Caro, Noel! Nos últimos dias tenho dormido como uma criança, rsrs. Agora sei que posso ser quem eu quiser. Posso voltar a sonhar novamente. Graças a você. Obrigado. Me sinto uma mulher novamente, agora sem nenhuma violência para enfrentar!

Leandro olha satisfeito. Ele apaga a página.

— Até o próximo natal!

FIM.

*Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência