DIAS FELIZES – CAPÍTULO 4
Junho 17, 2023DIAS FELIZES – CAPÍTULO 6
Junho 20, 2023DIAS FELIZES
POR NEEMIAS BEZERRA
SUPERVISÃO DE TEXTO
LEONARDO DIAS
CAPÍTULO 5
INT. RESIDÊNCIA DE DIEGO – NOITE
Mel e Diego estão transando, mas um telefonema é ouvido e eles param.
MEL
Número desconhecido?
DIEGO
Atende, amor. Pode ser daquele esquema que a gente combinou.
MEL
Ahh, verdade.
(nervosa)
Ela atende. Delegado questiona sobre noite de amor com Gael.
MEL
Alô? Quem fala?
ROBERTO
Estou falando com a senhorita, Mel? Sou o delegado Roberto.
MEL
Sim, pois não. (Empossa a voz)
ROBERTO
Gostaria de saber o que você estava falando na sexta, das 20h até 00h?
MEL
Estava com um amigo, Gael. Passamos a noite juntinhos. Por que, aconteceu alguma coisa?
ROBERTO
Estamos fazendo uma investigação sobre o desaparecimento de Henrique, sócio da construtora Trajano.
MEL
Meu Deus! (Assustada) Espero que vocês o encontrem logo.
ROBERTO
Poderia passar na delegacia, preciso de conversar com mais detalhes. Pode comparecer amanhã de cedo?
MEL
Claro, Roberto. Ops, Delegado Roberto. (sorri sem graça)
Às 10h, estarei disponível e passo por aí. Será um prazer esclarecer tudo, o que quer que seja.
INT. DELEGACIA — NOITE
Delegado desliga o telefone e fala com Gael.
ROBERTO
Está liberado, Gael.
GAEL
Te falei, Delegado. (Sorrisinho debochado) Fico feliz que tudo está esclarecido por aqui. Agora, só estou ansioso pelo aparecimento de Henrique, um amigo que tenho uma grande admiração. Passar bem! (Estende a mão para o delegado).
ROBERTO
Vamos continuar investigando. Cuidado com seu ego, senhor Gael. (Ignora a mão de Gael)
GAEL DEIXA A SALA DO DELEGADO E ROBERTO FICA PENSATIVO.
INT. RESIDÊNCIA DE DIEGO – NOITE
Diego percebe Mel nervosa.
DIEGO
Faça do jeitinho que a gente combinou. Você vai se sair bem.
MEL
Aí, meu Deus! Não, sei. Não sabia que ele estava envolvido em atos criminosos.
DIEGO
Não é isso, amor. Ele só precisa de você para esclarecer as coisas mais rápido. A gente já combinou e você será muito bem recompensada.
MEL
Meu Dieguinho, aceitei a fazer isso por você. Eu te amo, muito, muito!
Mel beija Diego.
DIEGO
Vai dar tudo certo, não se preocupe. Mel, cê tá segura comigo.
INT. FINANCEIRA CONTÁBIL SÊNIOR — MANHÃ
Helena é chamada para o escritório do gerente.
HELENA
Olá, me chamou?
GERENTE
O investigador Marcelo, da polícia federal, quer conversar com você.
MARCELO
Prazer, Helena.
HELENA
Prazer, Marcelo. O que posso ajudar?
MARCELO
Queremos você auxiliando com consultoria na investigação da construtora Trajano. Sabemos que você é uma incrível em seu trabalho. Alguns de nossos agentes estão com dificuldades em achar pistas para proceder o processo contra a empresa fraudulenta.
HELENA
Nossa, fico lisonjeada! (Sorrir) Claro que aceito.
MARCELO
Amanhã, às 7h30 horas. Sua folga, certo?
HELENA
Sim. Obrigado por essa oportunidade.
Helena fica feliz com seu novo trabalho.
INT. HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS — MANHÃ
Luane avista Paulo e se aproxima.
LUANE
Bom dia, Paulo! Como está o seu pai? (Dá um tchauzinho para Josefa que está saindo do hospital)
PAULO
Ele está à espera de um milagre. Os melhores estão amenizando a dor. (Se emociona)
LUANE
Oh Paulo, que barra que você está passando. E sua mãe? como ela tá aguentando? (abraça-o).
PAULO
Ela está sobre remédios. Foi pra casa descansar um pouco. (Pausa) Aliás, obrigado Luane pela força. Você tem sido muito importante para mim. Esses últimos dias tem sido tão corrido e você apareceu como um anjo na minha vida.
LUANE
Que isso Paulo, assim fico envergonhada. (Voz aveludada). Só estou fazendo como qualquer pessoa faria numas horas dessas. A propósito, você já comeu? Conheço um restaurante aqui pertinho.
PAULO
Estava saindo agora para ir comer alguma coisa. Será um Prazer, ir com você.
LUANE
É bom, sair um pouquinho desse hospital. Respirar um ar fresco. Seu pai está em boas mãos.
INT. RESTAURANTE — MANHÃ
Paulo e Luane chegam em um restaurante perto do hospital. Paulo está um pouco aflito ao deixar o ambiente hospitalar. E olha de instante e instante para o celular.
LUANE
Não vai acontecer nada com seu pai, Paulo. Aliás, você precisa se alimentar bem! (pega o celular dele e colocar em seu bolso) Desculpa, mas bora se desligar um pouquinho. É difícil, mas vou tentar te fazer relaxar. (passa uma de suas mãos no rosto de Paulo enxuga algumas lagrimas.
PAULO (CHOROSO)
Luane, não sei como te compensar por tudo.
LUANE
Já está compensando, só por estar aqui comigo. (sorri)
Os dois sentam e perdem o cardápio. Eles conversam sobre vários assuntos enquanto esperam a comida.
INT. RESIDÊNCIA DOS TRAJANOS — TARDE
Gilda ouve interfone tocando e olha pelo visor. E fica nervosa.
GILDA
O que eles estão fazendo aqui?
Ela vai até a porta e abre.
GILDA
Boa tarde, senhora e senhor TRAJANOS.
JULIANA TRAJANOS
Gael se encontra?
GILDA
Não, está na construtora. Por quê?
GUILHERME TRAJANOS
É um assunto pessoal. iremos esperar. Ah, não o avise, queremos surpreendê-lo.
Eles entram.
GILDA
Aceita um cházinho, senhores?
GUILHERME
Um café meio amargo.
GILDA
E a senhora?
JULIANA
Não quero nada. Pode se retirar.
INT. CONSTRUTORA TRAJANO — TARDE
DIEGO, GAEL E LUCAS conversam sobre a investigação.
GAEL
Está demorando demais a investigação ser encerrado. Estou torrando o dinheiro com advogados e até agora, a polícia está querendo fechar o cerco. Liguei para alguns contatinhos e descobrir que a polícia só não encerrou o caso por falta de provas, porque uma jovem mulher tem ajudado. Ela é muito sagaz e tá juntando o quebra cabeça. Se ela encontrar onde o dinheiro estava indo, estamos ferrados.
LUCAS
O que você quer que a gente faça?
GAEL
Quero ela fora do nosso caminho. Mas não posso me envolver. Quero que vocês deem um jeitinho nela.
DIEGO
Como é o nome dela?
GAEL
Helena dos Vales, trabalha na Contábil Sênior e faz consultoria para a polícia.
DIEGO
Considere feito.
Lucas e Diego deixam a sala e Gael fica pensativo.
INT. CONSTRUTORA TRAJANO — TARDE
Lucas chama Diego para conversar.
LUCAS
Você sabe que essa mulher é a melhor amiga da Mel, sabe?
DIEGO
O que, cara? Porra que mundo pequeno!
LUCAS
A Helena, depois daquela festa, levei ela ao trabalho. Puta coincidência! (Surpreso)
DIEGO
Bom que você sabe onde ela trabalha… Facilita o trabalho, que aliás vou deixar com você. (debochado)
LUCAS
Não, não. Você sabe que não consigo.
DIEGO
Porra, velho. Você fudeu ela sem ela estar concordar e agora quer pagar de puritano? Mate-a. Tá na hora de subir de nível.
LUCAS
Mas, mas, é diferente… (Gagueja)
Os dois deixam a empresa.
INT. HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS — MANHÃ
Luane e Paulo estão em frente do hospital. Eles estão sorrindo.
PAULO
Mais uma vez, obrigado.
(abraça-a)
LUANE
Não foi nada. Só desejo o melhor.
(se aproxima)
PAULO
Quando meu pai sair dessa, vamos comemorar juntos. Quero te conhecer melhor…
(olhos fixos no rosto de Luane)
LUANE
Ai, também quero.
Eles se olham e aproximam seus rostos um do outro. Com misto de preocupação, hesitação, os dois se beijam. Um beijo suave, sincero. Os lábios juntos, se movimenta lentamente.
Naquele momento, o beijo é interrompido por Josefa.
JOSEFA
Paulo! (grito)
PAULO
Mãe? Já voltou?
JOSEFA
Seu pai está morrendo! Morrendo! E você de beijos com uma qualquer? Paulo!
PAULO
(olha pra luane) Desculpa. O que aconteceu, mãe? (corre para o hospital).
Luane fica olhando sem saber o que fazer.
Às horas se passam…
INT. RESIDÊNCIA DE HELENA — NOITE
Helena chega animada do trabalho e Yasmin, sua mãe percebe.
YASMIN
Hum, hum. Olha quem viu um passarinho azul… (Sorrir)
HELENA
Melhor que isso, mãe… A polícia quer me contratar definitivamente, como terceirizado. Eles pagam muito bem. Já aceitei, inclusive!
YASMIN
Parabéns, minha linda! Essa filha só me traz orgulho. (Abraça-a)
Helena sente o perfume de sua mãe e enjoa.
YASMIN
Filha? (Acompanha)
INT. RESIDÊNCIA DE HELENA / BANHEIRO — NOITE
YASMIN
O que foi? Comeu alguma coisa diferente hoje, amor?
HELENA
Não, as mesmas coisas de sempre. Estranho. (Fica pensativa)
YASMIN
Vomitando assim… Acho bom marcar uma consulta com médico. Faz tempo que você não vai a um.
HELENA
Nossa, mãe. Nossa senhora, tô bem. Só foi um enojo aleatório, mas já passou. Vou aproveitar e tomar um banho.
Yasmin deixa o banheiro e Helena entra debaixo do chuveiro. Nos momentos que Helena fechava seus olhos, ela via flash de imagens que não se lembrava. Em um dos momentos ela viu o rosto de Lucas em cima de seu corpo. Ela se sente mal e cai, desmaiando em seguida.
INT. RESIDÊNCIA DOS TRAJANOS — NOITE
Gael chega em casa e se surpreende com seus pais o esperando.
GAEL
O que fazem aqui? (arrogante)
JULIANA
Meu amorzinho, é assim que você nos recebe? (deboche)
GAEL
Ah, pensei que tivesse me livrado de vocês. (revira os olhos)
JULIANA
Não seja maldoso com seus queridos pais. (deboche)
Até queríamos ficar curtinho nossas vidas na Europa, mas você, não surpreendendo, tá envolvido em uma merda com a empresa que a gente construiu.
GUILHERME
Meu filho, como você deixou manchar a reputação da nossa família, dos Trajanos?
GAEL
Como vocês não tivesse feitos muitas merdas, ou já se esqueceram de…
JULIANA (INTERROMPE)
Nem se atreva a continuar! (Irritada)
GUILHERME
Viemos aqui para te tirar dessas, como bons pais que somos.
GAEL
Ha ha ha (riso debochado). Pais do ano, hein (bate palmas).
Não preciso! Estou resolvendo! (arrogância)
GUILHERME
Já estamos por aqui. Amanhã iremos falar com um Júri e ele vai arquivar essa baboseira. E você vai acabar com qualquer joguinho ilegal que anda fazendo.
Gael fica aborrecido, mas permanece em silêncio.
INT. HOSPITAL GERAL DO ESTADO — NOITE
Helena acorda assustada. Logo vê sua mãe ao seu lado. Yasmin se alegra ao ver sua filha acordada.
HELENA
Onde estou? (confusa)
YASMIN
Você caiu no banheiro e teve um corte na cabeça. Os médicos disseram que não foi nada grave. Graças a Deus! (aliviada)
HELENA
Mãe, acho que aconteceu alguma coisa horrível comigo. Horrível (chorosa)
YASMIN
Minha bebezinha caída, aí, nem quero lembrar. Que bom que está bem. Os médicos fizeram alguns exames em você antes da alta. Aproveitei e falei sobre o enjoo.
HELENA
Não é isso, mãe. Fui estrupada. (Começa a chorar descontroladamente)
YASMIN
Meu Deus, como assim?
HELENA
Não sei, mãe. (Chora)
Yasmin abraça a filha e chora junto.
INT. HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS – NOITE
Paulo e Josefa entram no quarto de internação de Felipe. Os dois estão chorosos e abraçados. Eles veem seu pai com a respiração fraca, desacordado.
JOSEFA
Filho…(chorosa) Vamos fazer uma oração para seu pai partir em paz, para ele ir sem mais sofrimento. Para que Deus o recebam de braços abertos.
Os dois começam a orar. Enquanto eles oram, os batimentos cardíacos de Felipe vão diminuindo aos poucos, até o sinal sonoro avisar. Felipe falece. Em seu rosto, uma pequena expressão de felicidade, um pequeno sorriso.
Josefa e Paulo o abraçam. Enquanto os médicos chegam para confirmar o óbito.