A FOFOQUEIRA DE FLORIPA – VOLUME ÚNICO
Junho 12, 2023DIAS FELIZES – CAPÍTULO 3
Junho 17, 2023DIAS FELIZES
POR
NEEMIAS BEZERRA
SUPERVISÃO DE TEXTO
LEONARDO DIAS
CAPÍTULO 2
INT. RESIDÊNCIA DE LUCAS — MADRUGADA
Helena está sonolenta, fechando e abrindo os olhos. No fundo, Diego e Lucas discutem.
DIEGO
Enlouqueceu? Mel está no quarto ao lado. O que você fez?
LUCAS
Acho que forcei a barra. Ela tá sagrando. Não sei, ela tá a afim, mas depois andou para trás. Não consegui desanimar o meu amiguinho. (Aperta a região íntima) Tive que aliviar ele. Ela, deve nem se lembrar. Só precisamos limpá-la.
DIEGO
Mano, cê sabe que é muito errado. Certeza, que ela tá apagada? (Pausa) Oi, Mel, quer uma água?
MEL
(Embriagada)
Só vou…ao… banheiro.
LUCAS
Vem, mano.
Diego e Lucas entram no quarto e vestem as roupas de Helena. Com um lenço, eles limpam suas pernas que estão com manchas de sangue. Mel bate na porta e Diego saem rapidamente.
MEL
(Embriagrada)
O que aconteceu aí?
DIEGO
Nada, amorzinho. Helena não aguentou a bebedeira, e caiu no sono. Lucas tava cuidando dela e a gente a colocou na cama. Agora, ele vai descer e dormir no sofá, como um bom rapaz, né Lucas?
LUCAS
Sim, sim (ri). Pegar meu travesseiro, aqui.
Diego fecha a porta e leva Mel até o outro quarto, onde passam o resto da noite.
EXT. RUAS DE SÃO PAULO — MANHÃ
O dia amanhece lentamente. Ruas de São Paulo com pessoas abrindo seus negócios, pessoas andando pelas ruas e veículos no trânsito.
INT. RESIDÊNCIA DE PAULO — MANHÃ
Paulo come rapidamente uma torrada que sua mãe lhe dá.
JOSEFA
Filho, tome um cafezinho com a gente.
PAULO
Não posso me atrasar. Vou no banco resolver a burocracia do prêmio, mãe. Sabe como gosto de chegar pontualmente nos meus compromissos.
FELIPE
É, verdade. Sempre foi tão responsável. Vá lá, e que Deus te abençoe.
PAULO
Amém! Fiquem bem e já já volto.
INT. RESIDÊNCIA FAMÍLIA TRAJANO — MANHÃ
Gilda se assusta com Luane acordada cedo da manhã.
GILDA
Aí! É uma assombração? (Toca nos braços de Luane)
LUANE
Não me enche hoje, velhota.
GILDA
Você acordada está hora, parece um milagre.
LUANE
Não é um milagre, só tenho coisas importantes para resolver.
Luane ajeita o cabelo e se olha no espelho.
LUANE
Tô pronta.
GILDA
Vai a onde mesmo?
LUANE
Se toca, não é de seu interesse.
Luane pega sua bolsa e deixa a residência. Gilda fica pensativo.
INT. RESIDÊNCIA DE LUCAS — MANHÃ
Mel acorda Helena aos beijos no rosto.
MEL
Amiga! (Beijo) miga! (Beijo) Bela adormecida (beija)
HELENA
O que houve?
MEL
Você bebeu demais, amiga. Parece que você nunca tinha bebido antes.
HELENA
Puta merda, que horas são?
MEL
São quase 9h da manhã.
Helena se levanta assustada e percebe que está atrasada para o trabalho.
MEL
Me espera! Vou com você!
Lucas vê Helena saindo apressada e se aproxima.
LUCAS
Oi, tudo bem? Tá bem?
HELENA
Tô atrasadíssima!
LUCAS
Desculpa, posso te levar para o trabalho. Diego também foi trabalhar e eu estou de folga.
MEL
Seria tão cavalheiro de sua parte.
HELENA
Então, preciso me trocar, não posso chegar no trabalho com essa roupa.
LUCAS
Ah, sem problemas. Minha irmã deixou algumas roupas dela aqui em casa e deve servir em você. Ah propósito, ela não vai se importar, ela tá morando nos EUA.
Helena vai até o quarto e escolhe algumas roupas e se veste. Sai e Lucas está esperando. Ele a leva para o trabalho.
EXT. CONTÁBIL SÊNIOR — MANHÃ
Helena chega ao seu trabalho em Contábil Sênior. Ela trabalha nas finanças, analisando empresas. Lucas se choca.
LUCAS
Você trabalha aqui?
HELENA
Sim, não te falei ontem?
LUCAS
Voce só disse que era fiscal de contabilidade, mas não que trabalhava em uma das melhores financeira do Estado.
HELENA
Não ganho a mais me gabando de onde trabalho. (Ri sem graça)
Ela sai do carro e Lucas fica parado, olhando Helena até ela desaparecer de sua visão.
MEL
Ei? Sei que minha amiga é perfeita, linda, gostosa, mas ainda tô aqui. Cê num falou que iria me levar pra casa? Pois, vamos?
LUCAS
Ah, desculpa! Onde você mora?
Mel responde e ele a leva.
INT. BANCO NACIONAL — MANHÃ
Paulo entra no banco sorridente. Ele está nervoso, segurando uma pasta com documentos. Ele acessa o interior do banco e passa em frente de Luane. Os dois se olham casualmente. Ele se senta espera do ser chamado. Naquele momento, a ficha de Luane é chamada.
LUANE
Absurdo uma pessoa como eu, ter que ficar esperando como qualquer um. (Fala consigo).
Alguns minutos, Luane deixa o escritório do gerente alterada.
LUANE
Vocês não podem fazer isso comigo. Seus canalhas! (Chorando) queria apenas um empréstimo, um empréstimo e nem era tão alto assim. Se ferrar a todos.
SEGURANÇA
Por favor senhorita, se retire. (Aponta para fora).
Luane sai chorando. Paulo vê a cena, mas logo é atendido pelo gerente.
GERENTE
Desculpa, senhor. Tem pessoas que não consegue lidar com o não.
INT. BANCO NACIONAL / ESCRITÓRIO DO GERENTE — MANHÃ
GERENTE
É um prazer tê-lo como cliente. Seus 130 milhões de reais já estão rendendo diariamente na sua conta. Qualquer dúvida, teremos o prazer em saná-las.
PAULO ABRE UM SORRISO E SUSPIRA.
PAULO
Obrigado, quero transferir para essas ORGS e pra CNPJ da minha igreja, de forma anônima, tem como?
ELES CONTINUAM CONVERSANDO EM OFF, E AS TRANSFERÊNCIAS SÃO FEITAS.
EXT. BANCO NACIONAL — MANHÃ
Paulo deixa o banco e percebe que a moça que saiu chorando ainda está sentada no chão entristecida. Ao perceber sua presença, Luane enxuga as lágrimas.
PAULO
Posso te ajudar em algo, moça? Vi, que você saiu estressada. O que aconteceu, está bem?
LUANE
Moço (gagueja), desculpa por isso. Normalmente não sou assim, é que… Alguns problemas familiares… Que prefiro não expor.
PAULO
Entendo, perdão pela intromissão. Espero que fique bem.
LUANE
Espere, moço. Qual seu nome?
PAULO
Prazer, Paulo. E o seu?
LUANE
Luane. Você mora por aqui? (Interesse)
PAULO
Ainda não, mas vou comprar uma casa em breve neste bairro.
LUANE
As casas na vizinhança são lindas. É um excelente lugar.
PAULO
Ah, sei disso. Por isso quero me mudar (Sorri). (olha o relógio). Luane, está tudo bem mesmo?
LUANE
Tô sim, não se preocupe. Ah! A propósito, posso te mostrar algumas casas que estão a venda, se quiser. (Se levanta)
PAULO
Você mora por aqui?
LUANE
Não, mas moro pertinho e conheço a região com a palma das minhas mãos.
PAULO
Certo, podemos ir, mas hoje não. Tenho compromisso, se quiser amanhã estou livre.
LUANE
Sem problemas, Paulo (sorri). (Ela puxa o braço de Paulo e escreve alguns números) Este é o meu telefone. Tchauzin.(sorri)
Paulo e Luane segue caminho diferentes. Luane fica pensativa. Paulo olhas algumas vezes para trás, e sorri sozinho.
INT. RESIDÊNCIA FAMÍLIA TRAJANO — TARDE
Luane chega em casa e vê seu pai sentado no sofá e começa a gritar.
LUANE
Sabe para onde fui? Para o banco e sabe o que eles falaram? Que os Trajano não têm crédito no mercado após o aconteceu na empresa. Por sua causa, pai! Por sua causa! Como vou iremos viver?
GAEL
Filha, eu entendo sua frustração. E peço que se recomponha. (respira fundo) Estou resolvendo, nossos advogados nos tirarão dessa. A Construtora vai voltar a ser como era. Mas enquanto isso não acontece, consegui um dinheiro emprestado com um amigo. Vai dar para sobreviver até tudo se normalizar.Agora vamos economizar!
LUANE
Economizar como?
GAEL
Sem festinhas, baladas, shopping, táxis, restaurantes, e qualquer coisa que não seja extremamente necessária.
LUANE
Você faz merda, e eu que sofro? Não aceito! (Bufa)
GAEL
Pois se contenha com nossa realidade de agora. Juro que irei fazer de tudo para voltar a normalidade.
Luane sobe para o quarto bufando. Gael vai até a varanda de sua casa e faz um telefonema misterioso.
EXT. RESIDÊNCIA DE PAULO — NOITE
Paulo e seus pais Josefa e Felipe estão bem arrumados. Esperando o carro de aplicativo, eles conversam.
PAULO
Conheci uma mulher lindíssima hoje no banco. E ela vai ajudar a achar nossa casa. Vamos ser sair amanhã para fazer um tour.
JOSEFA
Que bom, meu filho. Sorte no jogo e no amor?
PAULO
Ah (vergonha), a maré mudou mesmo hein. (Ri)
FELIPE
Graças a Deus, ele tá abençoado a gente em todos os sentidos.
PAULO
Sim! Ah, esse é o carro.
Os três entram e vão para o restaurante chique da cidade.
INT. RESTAURANTE — SÃO PAULO — NOITE
Paulo, Josefa e Felipe estão em um restaurante em um bairro rico de São Paulo. Eles estão comemorando o prêmio.
PAULO
O dinheiro já está na conta. (Ele abre o celular e mostra). Nunca vi tantos números juntos (alegre).
JOSEFA
Que bom meu filho. Às vezes (respira, emocionada) ainda custo a acreditar.
PAULO
Pois é mãe, parece que não caiu a ficha.
FELIPE
E a propósito, pensou no que vai fazer com essa (tossi) montanha de dinheiro.
PAULO
A nossa casa própria e vamos cuidar da nossa saúde. principalmente, de vocês meus velhinhos.Primeiro (sorri para os dois). Mas penso em investir em uma empresa, vocês sabem que sempre quis ter meu próprio negócio. E, nem se preocupe, já tirei os 10% de dízimo para o Senhor. Também já deixei certo no banco a doação para algumas orgs. Que cuida de crianças pobres. Creio que Deus me abençoou e eu devo repassar sua boa obra.
JOSEFA
Oh, meu amor. Você é uma joia rara. (ela beija mão do filho.
ELES PEDEM O CARDÁPIO.
PAULO
Que nomes são esses, em chines? (ri)
JOSEFA
Acho que isso é algum tipo de frango.
FELIPE
É um peixe não?
Os pedidos são feitos em seguida.
INT. RESTAURANTE — SÃO PAULO — NOITE
Luane está na recepção e começa a se agitar.
LUANE
Deve ser algum erro na maquineta de vocês. Meu cartão é Black, ele não pode simplesmente ser recusado. Arrume isso! (Agressiva)
ATENDENTE
Sentimos muito com esta situação, mas já tentamos passar em todas as nossas maquinetas. Tente ligar com a operadora do seu cartão, eles podem ajudar você.
LUANE
Não, só pode ser algum erro.
INT. RESTAURANTE — SÃO PAULO — NOITE
Luane pega o celular e liga para seu pai, Gael.
LUANE
Pai, meu cartão não está funcionando, você sabe, o por quê?
GAEL (OFF)
Meu Deus, filha! Onde você está, no shopping?
LUANE
No restaurante, não consigo pagar a conta.
GAEL (OFF)
Você é surda? O que te falei hoje mais cedo, para economizar! A propósito, bloqueei todos os nossos cartões.
LUANE
Não acredito que você fez isso. Que merda! (Bufa) Venha me buscar e pagar a conta.
GAEL (OFF)
Estou ocupado, filha. E esta será uma boa lição de vida para você. Confio que você vai conseguir resolver seus problemas sozinha. Eu já tenho até demais. Beijo, amor. (Desliga)
Luane fica aflita com a situação.
INT. RESTAURANTE — SÃO PAULO — NOITE
Paulo avista Luane ao fundo. Ele percebe sua aflição, ele se levanta e vai até ela.
PAULO
Aproveitem, já volto. (Olhando para os pais)
Caminha até a recepção.
PAULO
Luane, você por aqui?
LUANE
Paulo? (Surpresa)
PAULO
Acho que é o destino tentando nos mostrar alguma coisa. (Sorri)
LUANE
Ou tentando fazer eu morrer ainda mais de vergonha. Já não bastou a situação no banco e agora isso.
PAULO
O que está acontecendo?
ATENDENTE
O cartão deu recusado. Possivelmente, sem limite. E aqui, não aceitamos trabalho em troca de dívida. Ela vai ter que pagar, ou vai sair daqui com dívida no Serasa.
PAULO
Não tem problema, eu pago!
LUANE
Não precisa, Paulo. Obrigado pela gentileza, mas…
PAULO (INTERROMPE)
Faço questão.
Paulo abre sua conta para fazer a transferência e por um descuido, seu saldo fica a mostra. Luane dá uma piscadela no saldo e seus olhos saltam. Paulo rapidamente, oculta.
PAULO
Quanto foi?
Paulo envia o pix.
PAULO
Não quer se sentar conosco, estou com meus pais.
LUANE
(Ri) Acho muito cedo para você me apresentar a eles, não? (Sorriso malicioso). Gostaria de ficar, mas preciso ir. Amanhã a gente se encontra para procurar sua nova casa. Boa noite.
PAULO
Combinado. Tchau!
Luane beija a bochecha de Paulo e agradece com uma voz veludada.
INT. EM ALGUM LUGAR — NOITE
Gael se encontra com seu sócio Henrique em um lugar pouco habitado.
GAEL
Soube que você está sendo aliciado pela PF…
HENRIQUE
Eles tentaram fazer um acordo, mas claro, amigo, recusei. Estamos juntos nessa. (Suas mãos estão emquietas).
GAEL
Com certeza, não duvido disso. Mas esses agentes não desistem fácil, Henrique. Precisamos ter muito cuidado e por isso estamos aqui hoje.
Gael saca uma arma para Henrique e ele se assusta.
HENRIQUE
Que isso, irmão? Não irei te trair. Não precisa disso! (Levanta às mãos, assustado)
GAEL
Eu sei, amigo. Mas estou sendo cuidadoso. Protegendo o que é meu.
(tiro) (tiro) (tiro)
Gael tira contra Henrique, que cai no chão sem vida.
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
*Somos contra qualquer tipo de violência contra a mulher. Denuncie: 190!